sábado, 18 de abril de 2009

Apresentações

O convite para escrever no novo blog de Dominus chegou numa tarde em que eu estava me sentindo mal comigo mesma, num daqueles dias em que tudo parece que vai dar errado. Fiquei grata e honrada, e quem não ficaria entre aquelas que ele vem treinando? Fiz o slave training em várias sessões no inverno de 2005. Na época, Dominus estava morando no Rio a trabalho. Ainda lembro o dia em que eu ouvi sem querer, na sala de espera de um salão de beleza (atire a primeira pedra aquela que nunca fez o mesmo), a conversa de duas mulheres a respeito de uma terceira que tinha feito o slave training com Ele. Eu fui ouvindo e não consegui parar de prestar atenção no que uma falava que tinha ouvido a outra contar. No final da conversa delas, uma passou o número telefônico da mulher (uma médica casada), que tinha passado pelo slave training e adorado. Reuni toda minha coragem e anotei também o número. Foi um custo ligar, mas liguei e pedi o telefone. A médica sorriu e me perguntou como eu tinha conseguido o seu número de celular. Dei uma desculpa amarela, dizendo que foi uma amiga de salão. Ela me deu o número e fez uma observação: — você não vai se arrepender. E não me arrependi mesmo.
Nos meses seguintes, fui adestrada aos poucos por um mestre maravilhoso, que me conduziu e me ensinou muito da vida, me trazendo coisas que vão muito além de D/s. Nunca imaginei que o gozo de uma cadela sexual fosse tão gostoso, tão profundo, tão doce. Devo isso a Dominus, eu e várias outras mulheres que ele aceitou e que tratou com respeito e correção, fazendo da D/s um sacerdócio, sem interesses materiais (Ele não recebe nada material em troca, embora se reserve o direito, muito correto, de escolher aquelas que vai adestrar, dentro de suas possibilidades de tempo).
Estranho é que eu estava sem namorado naquela época, o que criou uma situação meio incômoda. Após as sessões de slave training, eu desejava ardentemente um homem para me subjugar e me explorar, me dando o prazer de lhe dar prazer como ele quisesse, mas Dominus, com sua sabedoria e sua amizade, me aconselhou a esperar o momento certo e a não me precipitar. Como o slave training não tem envolvimento emocional, mas não exclui a amizade, tive a honra de me tornar amiga de Dominus. Conversamos bastante, sobre nossos interesses comuns em arte, literatura, esportes radicais e outros, e surgiu dali, na mesa de um restaurante, a idéia de eu fazer colaborações no blogue restrito que ele mantinha. Eu fiz dois textos sobre a minha experiência no slave training, ele gostou e passamos um bom tempo colaborando a quatro mãos no Domus, o antigo blog fechado do nosso pequeno, mas muito unido círculo de iniciadas no slave training no Rio, que se reunia de vez em quando. Nessas reuniões informais, muitas das iniciadas levavam namorados, noivos e amantes, todos recebidos de modo acolhedor por Dominus. E uma coisa impressionante acontecia: nenhum dos companheiros, ao ver a humildade e a discrição de Dominus, ficava com ciúmes. Eles ficavam gratos e amigos.
Foi um período bom da minha vida, que ficou mais tumultuada com a pós-graduação, uma doença na família e outros problemas que a vida reserva apenas a nós, fêmeas. Mas tudo foi vencido e hoje, mais equilibrada, com um novo amor, que se tornou também grande amigo de Dominus, aqui estou, com a responsabilidade de ajudar meu Adestrador a mostrar um caminho que é de Libertação para as mulheres que têm dentro de si mesmas, reprimido e incontido, esse desejo de serem fêmeas e viverem a sua natureza naquilo que ela tem de mais bonito e profundo. Deixo aqui registrado meu agradecimento a Dominus. Um beijo para ele e todos. Espero que gostem deste blog, que está engatinhando ainda, mas que poderá se tornar, assim eu espero, um espaço gostoso para conversas e troca de experiências.

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